quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Ama o teu próximo... a menos que seja muçulmano

A possibilidade de ver o telejornal português na Internet traz algumas desvantagens: acabo por ver coisas que me tiram do sério.
As coisas absurdas que a Igreja Católica diz em relação, por exemplo, ao aborto ou ao uso do preservativo passam-me completamente ao lado. Não sou católica nem quero ser e só segue as leis da Igreja quem quer. O caso muda de figura quando altas figuras da hierarquia católica avisam as suas incautas ovelhas para não casarem com muçulmanos. Aqui já se trata de uma questão de xenofobia que, para além de ser ilegal, pode ter consequências sérias para a paz social que nos afecta a todos. Começa a notar-se a transição do papado de João Paulo II, um homem conservador mas que soube desenvolver um notável diálogo, para o de Bento XVI, figura mais radical e perigosa (relembre-se os comentários de há 2 anos também à cerca do Islão). Volta, JP II, estás perdoado.
Mas como se isto não fosse grave o suficiente, a comunicação social ainda ajuda a festa. Hoje foi a segunda vez que vi reportagens de gosto duvidoso sobre casamentos entre mulheres católicas e homens muçulmanos. Aparece sempre a desgraçadinha cujo marido mudou completamente depois do casamento: não a deixava maquilhar-se, vestir mini-saias, sair à noite, falar com outros homens, controlava-a constantemente. E isto só acontece porquê? Porque o tipo é um mohammed, daqueles que passa a vida a bater com a cabeça no chão enquanto murmura umas coisas esquisitas e, já se sabe, qualquer vai rebentar-se aí num sítio qualquer.
Eu repito o relato: não a deixava maquilhar-se, vestir mini-saias, sair à noite, falar com outros homens, controlava-a constantemente. Não é este o relato de várias mulheres vitimas de violência doméstica ou de companheiros desequilibrados e ciumentos? Será que todas as estas mulheres casaram com muçulmanos?
Exige-se mais responsabilidade social por parte dos meios de comunicação, em especial da RTP. Porque da Igreja já não se espera nada a não ser asneira.

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