Morram de inveja

Afinal vou mesmo salvar o mundo

Na onda de comprar os sapatinhos da sola vermelha, decidi que uma das minhas disciplinas devia ser económica.

Fui assistir à primeira aula de "Empresas multinacionais e direito internacional". No fim, fui falar com o professor para perguntar se ele achava que a cadeira se podia adaptar aos meus interesses. Até já tinha uma ideia para o trabalho - como as empresas lidam com as sanções económicas impostas pelo Conselho de Segurança - soava bem, não soava?

Pois a resposta do senhor foi: "Humm, não me parece que vás tirar muito partido destas aulas. Sempre podes vir assistir, mas não vale a pena inscreveres-te. O meu conselho é estudares mesmo aquilo que gostas porque os empregadores não se interessam pelas cadeiras que tiveste, mas pelas notas".

Se o senhor diz... a autoridade é ele... e eu vou voltar para o estudo das guerras, que é de facto muito mais interessante.

Brainstorming

Porque são os políticos de direita normalmente mais carismáticos e/ou charmosos que os de esquerda?

Saturday Night Out

Ainda estou a recuperar do choque de um sábado à noite em Londres: discotecas em antigas igrejas, gente a andar em ziguezague ou sem se aguentar nas pernas antes da 1 da manhã, miúdas de 18 anos vestidas como prostitutas... enfim, o estereótipo confirma-se... ou eu sou mais conservadora do que pensava.

London Soundtrack

Cold War Kids, "Something Is Not Right With Me"

Alerta

Eu faço daqui um alerta a todas as mulheres:

Não usem vestidos-envelope num dia ventoso!!!!

Os vestidos abrem e criam um certo "momento Marilyn", mostrando uma das pernas mesmo mesmo até acima.

Tendo em mente este post sobre meias e collants, decidi usar meias-calças (que, aliás, são mesmo desconfortáveis) o que me salvou de momentos ainda mais embaraçosos, como revelar a renda das meias de ligas, o que teria criando o "momento slutty Marilyn".

Tivesse eu o glamour da Marilyn, ainda vá... sempre distribuia alegrias pelas ruas de Londres. Mas acho que estou mais perto de me tornar uma Bridget Jones... sem Colin Firth ou Hugh Grant.

Dilemas

Ontem recebi um mail de uma amiga a contar uma recente viagem patrocinada por uma consultora internacional. O mail dizia: "Foi fantástico! O sector privado tem taaaaanto dinheiro [...] Acho que me vou candidatar a trabalhar com eles. Oh, eu sou horrível, mas acho que posso salvar/ajudar o planeta depois de ter trabalhado uns anos com esta consultora" (afinal o mundo ainda não foi totalmente dominado pelo credit crunch).

Curiosamente, um pensamento semelhante tinha passado pela minha cabeça horas antes, numa sessão na faculdade sobre saídas profissionais.

Não é fácil querer salvar o mundo quando há tantos Manolos, Choos e Louboutins...

Pubs, Pubs, Pubs II

Uma pessoa vai só beber um copo com amigos ao final do dia, assim antes de jantar, e chega a casa com um litro de cerveja no bucho.
E esganada de fome.

1984

Que a maioria das ruas em Londres tinha câmaras de vigilância, eu (e toda a gente) já sabia.

Para além destas, as vias bus também têm vídeo para controlar quem infringe a sua utilização.

Mas o mais incrível é que, em certas ruas, as câmaras de vídeo vêm acompanhadas de uns altifalantes. Se numa noite mais agitada e ébria, alguém deitar lixo ou bebida para o chão, sai uma voz vinda sabe-se lá de onde, qual Deus a falar a Moisés, que diz "isso é proibido, por favor pare de sujar a rua".

Importa não esquecer que isto acontece num país onde não existe bilhete de identidade porque tal é considerado uma séria violação dos direitos individuais. Depois dos atentados de 7 de Julho, o governo tentou introduzir um cartão de identificação nacional, mas a proposta não passou no parlamento. Curiosamente e para reforçar o paradoxo, este foi o mesmo parlamento que aprovou a possibilidade de detenção sem acusação durante 40 dias de suspeitos de actividade terrorista.

Ramadão

Por estes dias, estar sentada ao lado de muçulmanos nas aulas significa ouvir constantemente barulhos estranhos vindos de estomâgos famintos.

Pubs, Pubs, Pubs

Qual Cinderela que se torna Gata Borralheira ao soar da meia-noite, também eu em breve me transformarei num barril de cerveja.

Este fim-de-semana o meu estomâgo conseguiu criar uma reserva considerável.

Outro cabeçalho possível para este blog

So many stories of where I've been

And how I got to where I am

But these stories don't mean anything
When you've got no one to tell them to

The Story, Brandi Carlile

Pontaria

Recepção aos alunos estrangeiros na faculdade.

Centenas de pessoas numa sala.

Vários lugares ainda por ocupar.

Onde é que eu acabo por me sentar? Ao lado do chinês que cheirava mal.

The sunny side of London

Surpreendentemente não chove há uma semana.
O sol tem aparecido com regularidade.
As previsões meteorológicas são boas.
Estas cadeiras em St. James Park aguardam ansiosamente por mim.

London Original Soundtrack

I love you more, The Streets

E a paquistanização também

Dia 3 de Outubro começam oficialmente as minhas aulas de Urdu.

E porquê Urdu, perguntarão vocês? Porque, segundo a BBC, é uma língua falada por 490 milhões de pessoas, um milhão das quais no Reino Unido e ajuda na aprendizagem do árabe e do persa. Ah pois é!

E até já tenho uma amiga paquistanesa que me vai dar uma ajuda!

Tandoori Chicken

Preparem esses estômagos, meus amigos.

O indiano aqui do apartamento vai sair e deixou-me como herança todas as suas especiarias e ainda me ensinou a fazer galinha tandoori (que já agora é a palavra indiana para forno - vou sair daqui uma poliglota).

Acaso o mestrado não dê emprego, abro um restaurante indiano. Até lá, vou substituir o velho peru de natal da minha avó pela minha galinha tandoori.

Caril com ele!!!!!

Eles andam aí

Este belo espécime hollywoodesco está em Londres a fazer uma peça de teatro.

É preciso andar de olhos bem abertos...

Outdated

Uma pessoa sente que está a ficar mais velha quando começam a surgir as festas temáticas das música do seu tempo. Neste caso, dos 90s.

Mas sente que está completamente parada no tempo quando passa por um cartaz a anunciar uma dessas ditas festas e repara que o tipo que está no cartaz é o mesmo que está a tocar no iPod naquele momento.

Antecipando problemas

Cheira-me que vou ter imensos problemas burocráticos na faculdade e vou passar mais de metade do meu tempo no gabinete do meu departamento...

Um dos funcionários tem uns olhos azuis que parecem duas lagoas dos atóis do Pacífico...

E ao quinto dia ela sucumbiu

Acho que vou mesmo ter que usar chapéu-de-chuva.

Devagar, devagarinho

O sotaque inglês começa a invadir o meu cérebro. Ainda não é perceptível no discurso, mas lentamente os meus pensamentos começaram a ter uma sonoridade diferente.

Quem somos, de onde viemos, para onde vamos

Uma das questões centrais na filosofia da religião é : "Sendo Deus omnipotente, poderá Ele limitar a sua própria omnipotência?"

Segundo o que aprendi hoje, o Parlamento inglês sofre o mesmo dilema.

Chapter One

Chegada a Londres há apenas dois dias, estou ainda estou "trying to figure out my way around here". Como funcionam os espaços comuns da residência, onde é o quê na faculdade, os sítios onde é mais rentável trocar dinheiro, quais os supermercados mais baratos, as ruas...

Das primeiras impressões destaco:

• Londres corresponde exactamente à imagem que tenho. Parece, aliás, que estou dentro de um filme/sitcom. Os autocarros, as cabines telefónicas, as casas, as miúdas vestidas à Kate Moss - Sienna Miller, os blue collars saídos dos filmes sobre a Inglaterra industrial, os engravatadinhos da city, os trabalhadores da construção civil sempre com o colete reflector, os indianos por todo o lado.
• A obsessão nos supermercados pela comida saudável, orgânica, originária do comércio justo e com uma pegada ecológica reduzida.
• Os ingleses são incrível e exageradamente bem-educados. Pedem desculpa à mínima coisa, desejam sempre bom dia, param na passadeira mesmo antes de eu decidir se quero passar ou não (o que é óptimo uma vez que ainda ando um bocado baralhada sobre para que lado devo olhar). Para quem veio de Israel, onde tudo se fazia à bruta e se começava aos gritos à mínima coisa, é estranho. Tenho que reaprender a refinar os meus modos.
• De facto, ora chove ora faz sol. Tenho que pensar em comprar um chapéu de chuva.